Alunos brasileiros participam da Olimpíada de Astronomia e Astronáutica

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A prova da Olimpíada
Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) acontece hoje (19) em 13 mil
escolas de todo o país cadastradas para o evento. Esta é a 20ª edição da
olimpíada que já ultrapassou, desde sua criação, 8 milhões de estudantes participantes.
No ano passado, a OBA envolveu 744.107 alunos de 7.915 escolas de todos os
estados brasileiros e do Distrito Federal, e contou com a colaboração de 64 mil
professores. A expectativa este ano é alcançar 800 mil alunos.
O resultado final da prova
será divulgado em setembro próximo, quando os alunos e escolas estarão
recebendo certificados, medalhas e brindes, informou à Agência Brasil o
coordenador nacional da OBA, o físico e astrônomo João Canalle. Este ano, serão
distribuídas 40 mil medalhas. A classificação é sempre nacional, destacou
Canalle. A prova consta de dez perguntas, sendo sete de astronomia e três de
astronáutica, de múltipla escolha e dissertativas.
A OBA é voltada para todos
os estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas do
país e se divide em quatro níveis. Os três primeiros são para alunos do ensino
fundamental e o quarto, para o ensino médio.
Os alunos do ensino médio
que tirarem nota na prova acima de 7 são convidados a participar de um processo
de seleção que culmina com a formação de duas equipes de cinco alunos cada,
mais duas equipes reservas, que vão representar o Brasil em duas competições
internacionais: a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e a
Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), em 2018.
Foguetes
Todos os participantes da
20ª OBA, tanto do ensino médio como do fundamental, concorrem a vagas para
participar da 11ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que avalia a
capacidade dos alunos de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes
feitos de garrafa Pet, tubo de papel ou canudo de refrigerante. O evento é
feito dentro das escolas e, este ano, abre a participação também para os
professores. Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em
equipe.
Os alunos do ensino médio
que conseguirem lançar, em suas escolas, foguetes a mais de 120 metros serão
convidados para participar da Jornada de Foguetes. O evento anual ocorre na
cidade de Barra do Piraí, região sul do estado do Rio de Janeiro, no final de
outubro. Os melhores classificados recebem medalhas e os professores,
certificados. Em 2016, a MOBFOG contou com 86.606 alunos. Para a edição 2017
são esperados mais de 100 mil alunos.
Para viabilizar a MOBFOG
deste ano, a organização da OBA criou uma campanha de 'crowdfunding'
(financiamento coletivo) que se encontra aberta na internet. O objetivo é
arrecadar R$ 50 mil para confecção das medalhas e certificados que serão dados
aos melhores estudantes e escolas.
O professor João Canalle
salientou que a missão da OBA é debater e compartilhar práticas pedagógicas
voltadas às disciplinas de astronomia e astronáutica, além de divulgar o valor
das duas ciências em todo o território. A ideia, disse, “é levar a maior quantidade
de informações sobre as ciências espaciais para dentro da sala de aula, de modo
a despertar o interesse nos jovens.”
A OBA é coordenada por uma
comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da
Agência Espacial Brasileira (AEB).
Incentivo
Tábata Amaral de Pontes é
medalhista de ouro na Olimpíada Latino Americana de 2011 e representou o Brasil
também em outra olimpíada internacional. Formada em astrofísica, na
Universidade de Harvard, Estados Unidos, Tábata disse hoje (19) à Agência
Brasil que a OBA abriu para ela o caminho da ciência. “Me apaixonei pela
ciência, por causa da astronomia”. Hoje, ela trabalha em uma multinacional,
liderando departamento de educação e responsabilidade social. Em prol da
educação, fundou o Movimento Mapa Educação, que desenvolve estudos, projetos e
debates sobre a educação no Brasil para que a área seja tratada como prioridade
na agenda política nacional.
Tábata incentiva que as
escolas inscrevam seus alunos na olimpíada, porque “é uma boa oportunidade de
os estudantes mostrarem o talento, se transformarem pelos estudos e acabarem se
apaixonando pela astronomia. Acho que ela (OBA) é uma porta de entrada, sem
dúvida.”
Lucas Prado Vilanova
integrou a equipe brasileira que conseguiu medalha inédita de bronze na
competição por equipe, no fim do ano passado, na Olimpíada Internacional de
Astronomia e Astrofísica, na Índia. Apesar dos “apertos” que passaram naquele
país, onde disse que a competição precisava ser melhor organizada, Lucas
avaliou que é “uma coisa legal” participar da OBA. Ele estimula que mais
estudantes de todo o país participem do evento, por meio de suas escolas.